quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Época (mais) Baixa

Apesar de ser época baixa, um dia destes fomos à praia. Isto visto de Luanda quer dizer algo como virar ali ao pé do aeroporto para o Rocha Pinto, antes do Futungo de Belas parar e beber um café, continuar calmamente para Sul, atestar o depósito e comprar água na terceira bomba de combustível dos Ramiros; depois, é só descer e virar à direita 405 Km antes do Lobito, descer a estrada de terra e estacionar debaixo de umas acácias ao lado do restaurante. Ao lado da praia. Estação seca e amena, vá lá, pronto, fria de 18ºC à noite, férias escolares, trânsito nulo, água fria ("gilada" para os padrões locais, mas melhor que a minha mais recente memória da Caparica no pino do Verão), temperatura amena, dá para ficar ao Sol sem medo de escaldão. Um peixinho e uns mexilhões para o almoço, pausa refrescante para adquirir uma mão cheia de quitetas e umas lagostinhas e metê-las na geleira, nada como andar prevenido com o "hardware" adequado, dúzia e meia de tamanhinho aceitável por qualquer coisa como 32,21€ ao câmbio oficial. Ou completamente dadas: segundo consta "o Kwanza não vale nada", a moeda, bem entendido, não o rio nem a Província que esses valem e muito, portanto as lagostas custaram nada. Mas quem sou eu para perceber alguma coisa de política monetária e cambial, só sei que os €€ teimam em não aparecer, os Kwanzas vão aparecendo, antes comê-los que perdê-los, como diz o outro. A propósito, em 1926 foi criado (a 14 de Agosto em Lisboa...) o Banco de Angola. Foi há 90 anos eu faço a conta, a quantidade de coisas que aconteceram nesse ano que nos influenciaram a vida fazem pensar: nasceram Fidel Castro, em época de prosperidade num "protectorado" dos Estados Unidos, Isabel II de Inglaterra, poucos dias antes de  um estado de emergência por causa da greve geral, a minha mãe e a minha sogra, em ano de revoltas e de ditadura militar. São coisas que valem o que valem, mas sem elas não estaríamos aqui a partilhar estas linhas...

O tomati e a cibola não subiram de preço, o monti di quinhento é que está mais pequeno; o resto também está tudo mais caro. Desde a última desvalorização da moeda precedida pelo aumento dos combustíveis, não se esconde o aumento de tudo e a crescente dificuldade em por comida na mesa, a construção (no) do país marca passo. Época baixa.

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