Apesar de ser época baixa, um dia destes fomos à praia. Isto
visto de Luanda quer dizer algo como virar ali ao pé do aeroporto para o Rocha
Pinto, antes do Futungo de Belas parar e beber um café, continuar calmamente para Sul, atestar
o depósito e comprar água na terceira bomba de combustível dos Ramiros; depois,
é só descer e virar à direita 405 Km antes do Lobito, descer a estrada de terra
e estacionar debaixo de umas acácias ao lado do restaurante. Ao lado da praia.
Estação seca e amena, vá lá, pronto, fria de 18ºC à noite, férias escolares,
trânsito nulo, água fria ("gilada" para os padrões locais, mas melhor
que a minha mais recente memória da Caparica no pino do Verão), temperatura
amena, dá para ficar ao Sol sem medo de escaldão. Um peixinho e uns mexilhões para
o almoço, pausa refrescante para adquirir uma mão cheia de quitetas e umas
lagostinhas e metê-las na geleira, nada como andar prevenido com o
"hardware" adequado, dúzia e meia de tamanhinho aceitável por
qualquer coisa como 32,21€ ao câmbio oficial. Ou completamente dadas: segundo consta
"o Kwanza não vale nada", a moeda, bem entendido, não o rio nem a
Província que esses valem e muito, portanto as lagostas custaram nada. Mas quem
sou eu para perceber alguma coisa de política monetária e cambial, só sei que
os €€ teimam em não aparecer, os Kwanzas vão aparecendo, antes comê-los que
perdê-los, como diz o outro. A propósito, em 1926 foi criado (a 14 de Agosto em
Lisboa...) o Banco de Angola. Foi há 90 anos eu faço a conta, a quantidade de
coisas que aconteceram nesse ano que nos influenciaram a vida fazem pensar: nasceram
Fidel Castro, em época de prosperidade num "protectorado" dos Estados
Unidos, Isabel II de Inglaterra, poucos dias antes de um estado de emergência por causa da greve
geral, a minha mãe e a minha sogra, em ano de revoltas e de ditadura militar. São
coisas que valem o que valem, mas sem elas não estaríamos aqui a partilhar
estas linhas...
O tomati e a cibola não subiram de preço, o monti di quinhento
é que está mais pequeno; o resto também está tudo mais caro. Desde a última
desvalorização da moeda precedida pelo aumento dos combustíveis, não se esconde
o aumento de tudo e a crescente dificuldade em por comida na mesa, a construção
(no) do país marca passo. Época baixa.
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