As Loiras

Vejam lá, a quantidade de "loiras" que encontrei em Angola. E não é que são cada vez mais?
Frescas, cheinhas de espuma e boas companhias para o petisco...

E são mesmo todas loiríssimas... tirando uma, que é morena.

A galeria das "loiras" inclui a Cuca, uma "pilsener" de nível internacional, em garrafa (curiosamente de 32cc), lata ou à pressão. Mais pelo Sul, há também boas águas que como sabemos são fundamentais para uma boa cerveja, sendo aí a "pátria" da N'Gola, uma "lager" mais encorpada.

As cervejas angolanas são todas boas, excepto uma que é excelente: a Cuca, naturalmente.
Leve, refrescante, em "fino" ou em garrafa, até em lata é boa todos os dias...







E há a N'gola, com mais corpo, um sabor mais denso, mais forte, mas também muito agradável se bem geladinha ou à pressão. Vai por bom caminho, a marca lançou recentemente a garrafa de meio litro.
Não é só o vício de ler as letras miudinhas dos rótulos: a N'gola feita com água do planalto é bem diferente da feita com água de Luanda.  E no Lubango ou onde houver da "do Sul", deveras, prefiro. Nem sinto falta da Cuca...
 

Em Cabinda encontrei uma curiosa Doppel Munich preta, agradável, bem como a mais vulgar Tchizu, uma loira a atirar para "lager". No centro, passaremos inevitavelmente pela terra da Nocal e da Eka.


A Eka talvez um pouco mais adocicada, logo mais vulgar e sensaborona que a Cuca;  a Nocal também não se destaca. Ainda há uma "33 export", mais fugidia: deve ser mais frequente no estrangeiro, como o nome indica... Mas é pena, tem um sabor excelente, apenas o travo menos suave no final a separa das boas cervejas belgas ou alemãs; há que prová-la mais vezes para confirmar...

Cabe aqui uma menção para as incontornáveis marcas portuguesas: há cá uma Cergal e uma Cristal reinventadas, bem como uma forte presença da Super Bock que serve inevitavelmente de referência. E vai (re)começando a ver-se Sagres, mas precisam mesmo de sorte para vingar porque as "nacionais" superam facilmente a eventual boa imagem "futebolística", pois por aqui, se bem que se veja, não há muito tremoço para acompanhar. E a Cuca, a N'gola, a Super Bock, vão melhor com ginguba acabadinha de torrar...
Com o tempo, assiste-se à diluição das identidades nacionais na espuma da cerv... perdão, na globalização. Detentora das marcas Nocal, Eka,33 Export, Castel, Skol e Doppel Munich, e gerindo também as marcas N´Gola, Castle e Peroni, bem como o engarrafamento da Sagres, bem vistas as coisas, aqui só dá é Cuca mesmo! Bom que é boa...
Mas o mercado á assim: onde há oportunidade de negócio surge a concorrência, umas vezes mais a lembrar a chinesa Tsingtao, pelo menos na versão da lata esverdeada da nova Cerveja Bela, com mais carácter, quase uma lager alemã na versão da lata vermelha  com uns respeitáveis 5,5% de álcool
 (pelo menos para os padrões locais, mais dados aos sabores doces que aos agrestes). Se a Bela é recente, e por falar em doces, chegou há pouco a recentíssima Tigra, pela mão dos especialistas naos refrigerantes mais doces do mercado; curiosamente, uma cerveja agradável, equilibrada, tecnicamente bem elaborada, pelo menos por agora passou a ser a "da casa". Sem destronar liminarmentem a Cuca (mais doce...), está a dar bastante prazer beber a Tigra, vamos continuar a experimentar a sua combinação com as petisqueiras variadas do final de semana...