domingo, 15 de novembro de 2015

Falta de... Tudo!

Aqueles gajos do ISIL, Da'ish, ou lá como se querem chamar,  são mentecaptos, alienados, loucos! Doidos varridos, que aliciam outros mentecaptos, frágeis, tolos, idiotas, dependentes, a fazer coisas como a de sexta à noite em Paris. Isto não tem nada a ver com religião nenhuma, é um exercício simples de poder por parte de mentes perversas, doentes, dementes. Historicamente nada de novo, o problema é que acontece no nosso tempo e não há perspectiva histórica que nos sossegue quando estamos metidos no meio da...

Alguém do não menos sinistro Boko Haram afirmava há tempos aos media que a violência servia para chamar a atenção: se não fosse a crueldade dos actos praticados, ninguém dava por eles. Na ausência de limites de uma sociedade desfeita, é impossível canalizar as paixões e as devoções para qualquer coisa de socialmente útil, clama-se por deus onde não há pão, mata-se por desfastio onde não há razão.

Compreendo muita coisa, até cresci num Estado-Laico-Graças-a-Deus, mas o facto de viver toda a vida em Estados em que o divino e o secular são matéria separada (voltem, Abássidas, estão perdoados...), não me deixa margem para aceitar que uma lei escrita por homens, estruturada funcionalmente para regular as relações entre semelhantes, possa ser considerada divina ou de alguma maneira ser divinizada.
O próprio processo da divinização (de objectos ou entes) é compreensível, está bem estudado, sabemos de onde vem e as soluções admiráveis que levaram ao Deus Único, mas definitivamente não serve, não é aceitável para  justificar actos humanos, quaisquer que sejam. Muito menos depois de milhares de anos de civilizações sucessivas, em que delegamos uma parte da nossa liberdade individual para que alguns eleitos assegurem a segurança da maioria. Não é para virem alguns "eleitos" lixar tudo em nome de coisa nenhuma.

Antigamente, os irrecuperáveis eram enfiados numa masmorra (ou manicómio) e esquecidos. Só que... queremos crer que vivemos numa sociedade mais justa e mais tolerante, com capacidade para integrar, talvez antes com margem de manobra para suportar um determinado nível de desmandos, e mesmo assim seguir em frente. Estaremos ainda? Quando o apelo à barbárie vem logo no dia seguinte de um candidato à presidência dos Estados Unidos da América afirmando que se as vítimas de Paris tivessem armas, a "situação teria sido muito diferente". Estamos bem servidos! 

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