Ultimamente os dias tem acordado frescos,
com um vento suave. As acácias-agora-sem-flor ondulam os seus largos ramos,
parece que são flabelos que nos refrescam suavemente, em vez de serem elas
sopradas pela brisa. O céu cinzento da cacimba, a meio da tarde vai dando lugar
a um azul pálido e ensolarado. A brisa não para, o calor não aperta, apenas algum
pó seco flutua no ar. Gosto desta estação; se já gostava do clima ameno (ou
mesmo quentinho...) agora gosto ainda mais, sem o incómodo da estação húmida e
abafada.
Se somarmos istoa uma ida ao
mercado da Samba para "pescar" algum peixe acabado de sair do mar, temos
festa.
Os bonitos da estação estão rechonchudos, os lombinhos rapidamente fritos em azeite e alho são uma iguaria delicada e deliciosa. "Pescámos" também um xaréu de nove quilos que deu uma sopa fabulosa só com a cabeça e as "aparas", o grosso do peixe há-de ser assado no forno. Aos maiores exemplares sempre ouvi chamar-lhes macoa, nome (mais que) provavelmente vindo do kimbundo; é frequente aos mais miúdos ouvir chamar-lhes GT, mais rápido de pronunciar e provavelmente originado no brasileiro; ninguém lhes chama xaréus, provavelmente porque o termo português se refere a um peixito difícil de pescar e pouco apreciado... Apesar do sabor e o aspecto serem os mesmos independentemente do tamanho (bem, admito, nunca cá "veio à rede" menor de 3Kg) ainda gostava de obter uma explicação mais técnica sobre as variedades que se dão deste lado do Atlântico. E, já agora, quem sabe, alguma sugestão de consumo...
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