O que vale é que refrescou um
bocadinho hoje. Sai uma pessoa dos confortáveis vinte e picos graus de Luanda
para a pancada de trinta e muitos de Lisboa, só para me adaptar ao calor precisei
de uma data de tempo, o que não ajuda quando se tem um plano de viagem apertado e os
dias contados. O que vale é que o vinho verde geladinho ajuda a compensar o
calor e a dor nas costas da viagem mal dormida; quanto ao tempo, pois, esse, não
há como compensá-lo, pelo menos nesta dimensão e a esta velocidade...
Poderemos gerir melhor ou pior o
que fazemos no tempo que nos cabe em sorte, mas o tempo, esse, não estica; não
será constante da física, mas, visto daqui e agora, é a variável que não se administra. Há um conjunto de termos relacionados com a
"gestão do tempo", "gastar tempo", "fazer a
tempo", ter ou não ter tempo para isto ou para aquilo. É curioso verificar
a quantidade de coisas que se conseguem fazer num determinado intervalo de
tempo quando a motivação existe, a quantidade de coisas que conseguimos gerir
ao mesmo tempo, as coisas afinal que controlamos, nunca o tempo, esse limita-se
a passar por nós, e nós, no nosso espacinho, a ver e a fazer. Por muito apertado que
seja o plano e por muitas coisas que se tenham de fazer ao mesmo tempo, há que
encontrar espaço (ou tempo?) para escrever estas linhas, por exemplo. O tempo
não vale pelo que fazemos dele, não se faz, é mais pelo que fazemos enquanto
dura. Carpe diem.
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