"Angola mobilizada de Norte
a Sul para o Censo". Dá nas vistas,
claro. Nota-se o clima, é tema de muitas conversas. Afinal, o país "vai parar" na segunda metade de Maio, na continuação da
interrupção lectiva da primeira metade do mês. Uma trabalheira para os milhares de agentes do Censo que deverão contactar desejavelmente com toda a população para preenccher o
inquérito censório, umas férias alargadas para a miudagem, uma dor de cabeça
logística para os pais empregados, afinal uma tarefa nacional que vai mexer mesmo
com o povo. Repetem-se os apelos por todos os meios para que as pessoas se
mantenham em casa e facilitem o acesso, porque "é de extrema importância
que a população colabore e observe um elevado espírito de patriotismo(...)"
para que seja alcançado o objectivo de "(...)recolher dados demográficos e
socioeconómicos de todos os residentes e das habitações".
Tema
constantemente noticiado, hoje ouvi na Rádio Despertar: um Soba, algures, numa
daquelas zonas do país profundo onde se fala pouco (ou nada mesmo) português,
anunciou que de 15 a 30 de Maio, a população deveria deixar as portas abertas
aos "homens fortes" do governo, que vêm fazer o sexo com as
pessoas da casa... confusão simples de palavras, "sêxo" com "cênso",
mas palpita-me que durante a segunda quinzena de Maio, os assistentes técnicos
e os recenseadores que forem àquela aldeia vão encontrar as casas vazias e as
adolescentes escondidas no mato...
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