quarta-feira, 28 de maio de 2014

Cento e trinta. Já?

Hippotragus niger niger
O Sol Nascente
No Zoo de Lisboa
Num Verão Quente

Sete Rios, as colunas e os torreões redondos da entrada, o bilhete entregue ao guarda e devolvido com o rasgão da praxe, as árvores frondosas, logo ali as cabras e antílopes diversos, os camelos e as primas girafas, lá atrás o "Benjamim" tocava ao sino quando reconhecia na tromba uma moeda branca, depositada na lata por troca de hortaliça. Havia aquele cheiro forte, depois a textura estranha, a dimensão, um misto de desconforto e excitação e lá ia eu com os outros miudos na voltinha pelo jardim, os pés a balançar ao lado do pequeno elefante, de um lado o fosso dos leões, os macacos do outro. Depois da volta era descer o palanquim de madeira e correr à solta pelos caminhos, até à laranjada do lanche numa esplanda fresca. Talvez a melhor prenda de anos que pudesse ter nessa altura, uma tarde com o meu pai no Jardim Jaleco. Na época dos meus sete anos, o zoo de Lisboa tinha só mais sete anos de idade que o meu pai (gaita... esta doeu), mas acaba por ser sempre bom recordar os bons momentos, no dia dos 130 anos da fundação do Jardim. E já agora, aproveito para decorar a efeméride com um bichinho muito prezado por estas bandas, a Palanca-negra. Esta fotogénica, com ar de ruminante pachola, mora actualmente em Lisboa. Consta que em Angola está a caminho de se tornar apenas um animal mítico, e é pena; ainda por cima, tal como todos os familiares, é comprovadamente boa para comer...

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