domingo, 2 de dezembro de 2012

Postal de Ondjiva

Estamos no meio de um Planalto, suavemente inclinado de Norte para Sul. Deve ser por isso que, com o rio Kunene a quarenta quilómetros para o Norte de Ondjiva, quando há cheias isto inunda tudo, e depois escorre suavemente para a Namíbia. Também é por isso que as cidades da região estão rodeadas de diques, que acabam por ser as maiores elevações duzentos quilómetros em redor, com excepção das árvores.  Aqui não há pedras, só areia, areia fininha, pó e planura a perder de vista, e, talvez para compensar, há muitos insectos. Tipicamente, entre dois golos na N'gola ou na Cuca do jantar, esbarram comigo pelo menos cinco espécies diferentes. E as nuvens de insectos à volta dos candeeiros tapam a luz. A sério, com o início das chuvas, a bicharada saiu toda. E os sapos e os morcegos andam gordos, e as vacas pastam pela cidade mas não faz mal, costumam atravessar todas juntas e circular pelo passeio. E está mais quente que no outro planalto mais acima, mas também não faz mal, é assim mesmo nesta estação.

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