Chegam ao final da tarde, no lusco-fusco. Inevitáveis na esplanada do hotel, enquanto se toma um refresco à espera da hora do jantar, na inactividade forçada pelo calor da província meio deserta. Andam por ali à volta, vindas "do nada", do meio das chanas, poisam sem cerimónia nas cadeiras vagas no meio da rapaziada. Cravam um refresco ou um cigarro e vão pairando para outra mesa, no ar quente sem brisa, em grupinhos de três ou quatro. Há de todos os tipos, altas e baixas, umas mais voluptuosas, algumas bem bonitas e elegantes, pouco vestidas que é o que a estação quente e a profissão recomendam. Conversam entre si no dialecto local, metem conversa com os potenciais clientes para depois do jantar, falam em português ou inglês fluente (mais as da vizinha Namíbia). Não deixa de ser curioso verificar que muitas das raparigas dominam a conversa da treta em três línguas... o que mais dominam a troco de uns dólares não tenho experiência, mas posso adivinhar. Claro que o repelente em creme, stick ou em roll-on não funciona bem nestes casos, na verdade nem nos outros: por estas bandas, os mosquitos são agressivos como o raio que os parta! Felizmente a prevalência da malária tem vindo a baixar nesta região, porque um tipo acaba inevitavelmente espicaçado algures. Quando chove o calor abranda, sempre há menos mosquitos, as garotas nas mesas da esplanada há sempre. Denotando uma evidente adaptação ao meio envolvente, o equipamento "standard" do hotel inclui: em cada quarto, um pulverizador de insecticida dos grandes; em frente ao balcão da recepção dois grandes cestos com preservativos. Há que ter cuidado com a bicharada…
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