domingo, 4 de novembro de 2012

Revisitando o Pensamento Mágico

Se Pero Vaz de Caminha tivesse vindo para este lado do Atlântico e subido ao planalto, também diria que "A terra, porém, em si, é de muito bons ares (… ) E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-à nela tudo por bem das águas que tem." Está à vista, dá-se cá tudo, no Kuito e não só. As igrejas são enormes. Grandes salões, com tendência para aumentar, o que se vê em construção são templos colossais… Como seria possível viver sem o consentimento do altíssimo e a protecção do sobrenatural, não é? Protecção divina carece de preces amiudadas e agora, mais que nunca amalgamando santinhos e práticas das muitas igrejas mais ou menos cristãs e mais ou menos importadas do Brasil que proliferam por estas bandas, o culto é concorrido, todo o povo participa ao ritmo dos cânticos. Nuns momentos de paz e alegria e fatinho domingueiro, precisa-se ter fé e uma bênção que dê esperança para a semana inteira que vem aí.
Que pensarão disto a os (muitos) residentes chineses, ansiando pelos quinze dias de férias no final do ano de 4710, festejando a transição do ano do Dragão para o da Serpente? Pelo sim e pelo não, vou passar ao lado da escada, evitar o cruzamento, queimar um incenso para o raio não me atingir e a água continuar a correr no Keve, acender uma velinha para que chova em Malanje e encha a barragem de Cambambe, isto este ano anda complicado com as faltas de luz em Luanda.

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