Pela pista 03/21 da Portela afora, apontados ao 03, quando as rodinhas levantaram do chão íamos aí a uns trezentos à hora. Pelo menos, a fazer fé no monitor incrustado nas costas do banco da frente, era essa a velocidade quando a altitude indicada começou a aumentar regularmente.
Salvo erro, v = v0 + at, tenho ideia de haver também a equação do senhor Torricelli que francamente não recordo, sabendo que a pista da Portela tem um pouco mais de 3800 metros e que a sensação de estar no ar ocorreu em coisa de 38 segundos, dá... deixa ver... uma aceleração do caraças, suficiente para por no ar o A340, comigo e outros 200, mais a tripulação, jantarinho e pequeno-almoço, os monitorzinhos coloridos nas costas dos bancos, os filmes, um copo de tinto e os cafézinhos. Alguém deve ter feito as contas, de certeza.
Circuito de Lisboa à noite sempre-bonita-vista-de-cima, lá para trás os pacatos 101 metros de sempre da taxiway incluindo a altura do avião, primeiro a Vasco da Gama (já vista de 600m de altitude), depois a 25/4 lá ao longe. Já bem apontados ao Sul, Setúbal deve ficar logo ali, na escuridão, dois quilómetros mais abaixo.
Tinha mesmo de assinalar a quase ausência de factos assinaláveis: na viagem felizmente nenhuns, em Luanda, bem, há mais edifícios construídos, mais em construção e muitos mais passeios arranjadinhos. E os cinzentos 26 graus, mesmo assim melhores que a friagem Outono-Inverno lá de casa. Por falar em casa, Luanda, eu hoje não vou ficar, vou sair já já para o Kuito, lá no Bié do Planalto. Quando assentar mando um postal ilustrado. Ou assim.
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