Tinha de haver um bom motivo para
reatar estas "crónicas" a partir de Lisboa. Um dia destes hei-de
voltar a Angola, mas por agora as coisas importantes: acabada a estação da
ostra e do espumante, que os meses sem "rr" não se recomendam para os
petiscos com casca, abriu a época das sardinhas.
Então agora pelo Santantónio andam deliciosos os peixinhos, gordos e saborosos, passados pela brasa e acompanhados da inevitável salada,
com alface, claro, por alguma razão nos chamam alfacinhas, não será certamente
por assar pimentos com as sardinhas como se faz em Matosinhos (ou em Massarelos
ou em Miragaia, tanto faz). E um tintinho pecaminosamente fresco (ok, 18º, pronto,
concedo…), ou na falta, um bom branco, ou rosé que é um tinto feito de
propósito para refrescar.
As de Sesimbra então, têm estado
magníficas; e ligam bem com os brancos da península de Setúbal, curiosamente.
Deve ser da vizinhança, funcionam bem juntos. Outra coisa que vai bem junto é
uma fatia de bom pão, onde se vão pousando os peixinhos pingantes, para o irem
impregnado de "ómega-3" ou lá o que é, que faz lamber os dedos,
suspirar por mais outra sardinha e encher outra vez o copo, e comer outra
sardinha e repetir ad eternum ou mais
prosaicamente até chegar com o dedo.
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