Ali ao lado dos Aliados, no Porto, há uma rua em homenagem ao epígrafado Barão, Visconde e Marquês de Sá da Bandeira. Por noventa anos, houve também uma cidade em Angola fundada com esse nome por madeirenses, em homenagem ao herói maneta das guerras liberais. Não parece o Porto nem tem um Alto da Bandeira como Mafamude, mas tem uma serra monumental com um Cristo Rei numa das pontas...
A cidade do Lubango aparentemente é como as outras cidades angolanas. As deficiências do costume, as gentes simpáticas do costume, muito povo por todo o lado, os passeios irregulares, musseque q.b., lixo q.b., o centro histórico ajardinado, os edificios da antiga administração colonial recuperados para a corrente administração. Depois, há as coisas que a tornam única: a paisagem, um extremo do planalto central que vai daqui ao Bié; o clima do planalto, na cidade a maior altitude em Angola; os cafés, com tosta mista, croquetes e folhados de salsicha, bolo de chocolate, pastel de nata e tudo; o picadeiro (desactivado?) e as feiras de gado (activas); museu no centro (activo); o Cristo Rei no alto do monte imponente (novamente a paisagem). E um bónus porque é Agosto, a “feirinha”, um mês inteirinho de “feira de ano”, com carrocel, carrinhos de choque, muitas barraquinhas de comida, feira de gado, artesanato, romaria, procissão, desfile, festa e mais festa... Alojamentos esgotados em toda a cidade - mesmo os mais caros - a partir do meio do mês, nem sequer há carros para alugar.
O roteiro turístico inclui vários pontos de interesse na cidade, os acidentes geológicos (a serra da Leba, a fenda da Tundavala, as cascatas) e o património social e cultural, incluindo muitas igrejas de vários credos. E está bem patente a diversidade das tribos desta ponta do planalto central, um verdadeiro desfile de gentes exóticas (só para nós?) e um bom punhado de vilas e aldeias típicas para visitar, com vista para a savana e caminhos a explorar na direcção do litoral e do deserto. E o Namibe aqui tão perto... Ah, mais duas coisas interessantes: o aeroporto moderno e despachado (quinze minutos para sair do avião, recolher a bagagem e sair cá pra fora!), e é a cidade com o menor custo de vida de todas onde estive até agora. Este país de facto é uma caixinha de surpresas.

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