quarta-feira, 18 de maio de 2011

7º35'49"S, 15º02'54"E 17-5-2011 15:50 UTC

Seguem pelos carreiros que há à volta das estradas, umas atrás das outras, carregando coisas diversas. Umas são maiores, outras mais pequenas, todas se afadigam de cá para lá, de lá para cá e noutras direcções, que há sempre um carreiro para onde é preciso. Umas mais depressa, outras mais devagar, seguem pelos carreiros carregando coisas diversas.
As nuvens escuras aparecem num repente, o vento sacode as folhas largas das palmeiras como não fazia antes; o ar quente e húmido sente-se mais e entranha-se na roupa, na pele evapora-se logo com o vento mais forte.
O movimento nos carreiros aumenta de velocidade, pressente-se a chuva, todas se movimentam apressadamente a cumprir a jornada ou talvez a procurar abrigo sem demora que vai cair muita água. Logo  os relâmpagos; um momento, e logo os trovões soam forte, vindos do céu cizento-escuro-quase-negro e ecoam no chão, e nos prédios, e nas montanhas, e a chuva começa a cair. Uma pinga grossa aqui outra ali, num segundo é a pancada de água que ensopa a terra e lava as árvores, alaga os caminhos e escorre a converter em barro vermelho o pó ocre do caminho. Num momento os carreiros são rios e riachos onde agora não se pode passar.
Chove horas, a fio, a potes. Tão depressa como choveu, ensolarou. A nuvem ficou branca, brilhante do ar lavado e azul, o Sol deitado num entardecer laranja. Os carreiros retornam à vida, numa explosão de seres coloridos que surgem não se sabe de onde.
Umas mais depressa, outras mais devagar, umas são maiores outras mais pequenas, umas atrás das outras nos carreiros sem fim. As pessoas parecem mesmo formigas.

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