De Huambo a Luanda são 9 horas de distância; queria ter um avião p'ra lá ir mais amiúde... Mas pronto, fecharam o aeroporto para obras e tivemos de voltar de carro. O P. é de Luanda, um bom mecânico e bom condutor, está agora a estudar antropologia e faz uns “part-times” para a empresa que o contratou para nos vir buscar ao Huambo na sua pickup Toyota Hilux 4x4 (igual à “indestrutível” do Top Gear). Foi para lá na sexta, voltou connosco no sábado.
Há quem faça a jornada “seguida” em 6 horas e meia, mas é de loucos. Mais de metade do caminho, isto é, aí uns 400 km dentre os 607 a percorrer entre as duas cidades, estão bons; os restantes... variam entre os buracos e as crateras de metro (de profundidade!), o piso deformado e em mau estado ou a ausência de piso. Muito trânsito nos 150Km entre o Dundo e Luanda, muitos camiões. No Dundo, aliás, almoça-se bem, no restaurante das bombas de gasolina do Alto Dundo. Esta é paragem “obrigatória”, dois terços da viagem cumpridos, está no ponto certo para a hora do almoço. No sentido contrário, de Luanda para ao Huambo, tambem há uma cidade a “2/3”, Waco Cungo, hotel e restaurantes no centro da povoação. O meio do caminho é em Kibala, em pleno Kwanza Sul, zona de grandes fazendas e “impulsos” governamentais à agricultura, bairros modelo para os camponeses. Ceptico, eu sou... Mesmo sem isso do governo, acho que a terra é boa mesmo, cenouras grandes, inhame saboroso, batata doce enorme “como é? É só regar, sai assim...” (500 kwanzas um monte de batata doce, aí uns cinco quilos), tomate saboroso, couves... já tinha mencionado que as couves do planalto são muito boas? Ananases (a 300 kwanzas), enormes, doces. O nosso motorista aproveitou para fazer as compras de fim-de-semana, já que veio ao campo, a “respectiva” encomenda pelo telefone, ele vai respondendo “... sim cenoura já tenho... o tomate esqueci, aí adiante eu compro”. Os abacaxis vendem-se em Luanda na rua por 1000 cada, as batatas e as cenouras também custam o triplo na cidade. Há que aproveitar quando se vai ao campo para abastecer a despensa. A última das 9 horas de viagem gasta-se na recta de Viana directa ao centro de Luanda, uma vintena de quilómetros de trânsito caótico ao longo do caminho de ferro, acidentes, cruzamentos inimagináveis, mercado na berma, crateras, desvios...
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