sábado, 22 de agosto de 2015

Ao Fresco

Ontem o dia acordou com uma poalha de humidade a cobrir a cidade, uma densa cacimba a humedecer o chão. Na escala informal da quantidade de chuva que passa pela carga de água e vai até chover a potes, diria que a humidade no ar precipitada pela brisa estava quase quase a ser chuvinha molha-tolos. Pelo menos assentou o pó na rua. As acácias ficaram mais verdes, as folhinhas novas a rebentar com um ar lavado. O tempo fresco e cinzento acaba por ser agradável, apesar da temperatura por estes dias ter andado uns bons oito graus abaixo da habitual. Debaixo das acácias-agora-ainda-sem-flor o chão continua seco, nada perturba a grelha grande na venda improvisada: de um lado a brasa viva cose os pedaços de mandioca no tacho, ao lado a cinza quente mantém quentes as maçarocas e a banana-pão acabadas de assar, enquanto a clientela vai escolhendo o melhor bocado, embrulha, paga, e se afasta a caminho do emprego a roer o mata-bicho. Foi uma semana assim, hoje já esteve mais "normal", como que o tempo a dizer que o calor vem lá, estamos no fim da estação. No fresquinho de Luanda.

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