Aqui não há índios com a testa
achatada como aqueles da anedota que viviam perto das cataratas do Niagara.
Bem, estas cataratas também não são tão
altas nem tão ruidosas... Mas em compensação são mais agrestes, naturais, de
uma beleza selvagem e primitiva e, principalmente, não gelam no Inverno, não há
cá dessas parvoeiras climáticas no rio Lucala.
Curiosamente, a estrada
recentemente renovada está melhor que a homóloga canadiana que levava ao
complexo turístico de Niagara Falls quando lá estive... Mas não vem ao caso,
voltando ao que interessa, as quedas da Kalandula são fixes. A perspectiva da
margem direita é soberba, dá vontade de dar um saltinho (de 70km...) à pousada
abandonada da outra margem, para ver tudo, tudo, tudo, encher os sentidos com as
vistas, os cheiros, os sons da água a cair. Há-de ficar para a próxima. Por
esta vez, em dia de muitos turistas e das fotos da praxe, fica a grandiosidade
do salto da água nas rochas, da água límpida levando vida à selva verde lá em
baixo, tal como nós ao fim de um dia calmo e refrescante, a caminho do mar lá
para Oeste.
Pelo caminho, o pitoresco das
aldeias, a calma campestre, a ruralidade ancestralmente organizada pontilhada
por progressos civilizacionais, transporta-nos para uma África imaginada,
mágica e concreta ao mesmo tempo, a África que não se revê nas cidades
estranguladas pelos musseques intermináveis de uma civilização importada.
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