Statu quo

Aquelas pessoas na mesa do fundo do restaurante do costume conversam animadamente, lê um documento no i-pad e pede a conta o vizinho do lado. Enquanto espera que saia o talão descansa a moça dos copos e pratos que trouxe lá de trás - olá, por aqui? - diligentemente o colega dela equilibra duas travessas no braço para a mesa a seguir na sala, olho, entre dois golos no "fino" alguém atende o telemóvel sobre o tilintar de copos e talheres nos pratos, reconhecemo-nos logo como se fosse há dez anos.

Hoje encontrei mais um. Mais um, porque não os tenho contado, mas são vários. Trabalhámos em tempos na mesma empresa, mais tarde sem o saber também, é o que têm de engraçado as empresas que se associam, fundem-se, prestam serviços umas às outras, um dia estamos todos a trabalhar para o mesmo e julgamos que temos objectivos pessoais e trabalhos diferentes. Uns antes outros depois, por isto ou por aquilo, cá estamos algures na grande Luanda; não há grande coisa que fazer por lá, por aqui há, cá estamos...