Já alguém alguma vez se terá
lembrado de referir o trânsito de Luanda? Ou melhor, referir-se ao trânsito de
Luanda sem acrescentar um ror de adjectivos, metáforas pejorativas ou epítetos
escabrosos? Sim? Não? Pois é, mas é assim mesmo. Ou pior. No outro dia, nem sei
como cheguei do aeroporto ao centro; cá para mim, o motorista do
"Afritaxis" veio sempre em frente o caminho todo, a andar-parado no
engarrafamento contínuo que é a cidade centro e arredores, onde houver sítio
para caber um carro. Este ano ainda não tinha dado por isso.
A dimensão da cidade já sentida na
vista de cima numa e noutra vez em que o avião deu mas voltas antes de aterrar,
torna-se verdadeiramente palpável ao conduzir nas voltinhas do dia-a-dia no
meio do trânsito. É que ali "a seguir à bomba da Pumangol" são uma
data de quilómetros sempre a direito; e mais outros tantos para chegar ao engarrafamento
contínuo do centro da cidade. O que vale é que já vou tendo alguma prática a
ultrapassar as paragens-mercados-passadeiras-de-peões que aprecem com trânsito
aglomerado cada quilómetro que se anda, sem colocar em risco peões e
motociclistas, sem ficar atascado no inevitável buraco na berma ou encravado no
meio de inúmeros táxis a tomar e largar passageiros. Isso e a mudar de faixa controlando o inevitável camião da esquerda, evitando ao mesmo tempo o
apressado/a que ultrapassa pela berma à direita. Quase como nas grandes vias
dos arredores de Lisboa ou Porto, menos mal que aqui não tem portagens. Ontem ao princípio da noite, na Samba, o trânsito para Sul estava fofo.
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