sábado, 4 de fevereiro de 2012

Luanda Sul


Já alguém alguma vez se terá lembrado de referir o trânsito de Luanda? Ou melhor, referir-se ao trânsito de Luanda sem acrescentar um ror de adjectivos, metáforas pejorativas ou epítetos escabrosos? Sim? Não? Pois é, mas é assim mesmo. Ou pior. No outro dia, nem sei como cheguei do aeroporto ao centro; cá para mim, o motorista do "Afritaxis" veio sempre em frente o caminho todo, a andar-parado no engarrafamento contínuo que é a cidade centro e arredores, onde houver sítio para caber um carro. Este ano ainda não tinha dado por isso.

A dimensão da cidade já sentida na vista de cima numa e noutra vez em que o avião deu mas voltas antes de aterrar, torna-se verdadeiramente palpável ao conduzir nas voltinhas do dia-a-dia no meio do trânsito. É que ali "a seguir à bomba da Pumangol" são uma data de quilómetros sempre a direito; e mais outros tantos para chegar ao engarrafamento contínuo do centro da cidade. O que vale é que já vou tendo alguma prática a ultrapassar as paragens-mercados-passadeiras-de-peões que aprecem com trânsito aglomerado cada quilómetro que se anda, sem colocar em risco peões e motociclistas, sem ficar atascado no inevitável buraco na berma ou encravado no meio de inúmeros táxis a tomar e largar passageiros. Isso e a mudar de faixa controlando o inevitável camião da esquerda, evitando ao mesmo tempo o apressado/a que ultrapassa pela berma à direita. Quase como nas grandes vias dos arredores de Lisboa ou Porto, menos mal que aqui não tem portagens. Ontem ao princípio da noite, na Samba, o trânsito para Sul estava fofo.

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