quinta-feira, 21 de abril de 2011

Trovoada das sete

“Gaita, já nos tramaram” (três horas à espera nem sei de quê, mais ir ali ao lado, o que equivale a outra hora de carro) “já vamos sair daqui à noite”. O caminho é estranho, não há sinalização, Luanda é mais ou menos “para ali”: tem de se seguir uma estrada, voltar para trás num espécie de nó rodoviário, virar à direita para outra auto-estrada; e fazer o mesmo outra vez; e ainda mais outra vez... As referências que se vão aprendendo, são do tipo “muro amarelo com murais pintados”, um ou outro “prédio alto com janelas espelhadas”, uma loja com letreiro luminoso... anúncio da coca-cola... Pontualmente, por volta das 19h, todos os dias troveja fortemente e desaba uma valente carga de água. Estamos no fim da estação das chuvas, mas ainda estamos na estação das chuvas. Esta hoje não parece demasiadamente intensa, decidimos ir andando, seguindo o trânsito (imenso trânsito).

Temos um i10, um veículozinho-inho pequenininho (com ar condicionado!) onde uma mala não cabe na mala... e lá vamos, davidezinhos entre grandes jipões-golias e scooters decrépitas sem luzes. Num buraco maior, a vantagem de ser pequenino: desce-se de um lado do buraco, sobe-se do outro lado, continuamos... Chuva. Gente a atravessar a auto-estrada num rasgo do separador central, um agressivo “mata-cães” com metro e meio de rede sólida por cima. Que escuridão! “era ali que deviamos ter virado! Bolas!”. Mais chuva. Temos de seguir o engarrafamento até se conseguir dar a volta para trás, uma hora para lá, 20 minutos ao contrário do trânsito, finalmente uma curva familiar: estrada da Samba, o bom caminho. Parou de chover quando chegámos a casa, havia um lugar para o carrinho-inho mesmo ao pé da porta, tá-se bem.

1 comentário:

  1. Se cantares a dos meninos à volta da fogueira, sabes?, a dos meninos do Huambo, ê pá!, isso ajuda a passar o tempo. Experimenta... Depois diz se dá resultado... G'and'abraço!

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