Temos um carro alugado à espera , dois “manos” simpatiquíssimos levam-nos ao hotel e de caminho mostram-nos a cidade “supermercado é ali, tem tudo”. Cidade construída a reboque do caminho de ferro de Benguela que desapareceu na guerra recente, actualmente em reconstrução. O hotel é “na cidade baixa”, zona mais antiga junto à estação do comboio ausente, “ali é o mercado municipal”. As avenidas largas, alamedas com árvores floridas dos lados, grandes praças com fontes monumentais, jardins... Ar fresco, notam-se os 1703m de altitude. Estaremos noutro país? Sim e não, ainda... O hotel “não tem reserva, com esse nome... A partir de sexta está tudo lotado, não tem mais quartos”. Zona de grande turismo interno, a semana da Páscoa esgota o alojamento na região. Depois, os quartos são afinal apartamentos espaçosos, com frigo e torradeira, mas não têm pratos... canecas para 4, talheres para 2, uma única faca. Sem AC. Sem PA. Sem pachorra. E com mosquitos. Gerador no pátio a trabalhar, logo, faltou a luz. Ficamos só esta noite para não complicar, já nos falaram de outros hoteis mais convenientes, junto ao centro da “cidade alta”. Ao cimo da Avenida da República, a grande praça com o monumento a Agostinho Neto. Aproveitando o obelisco truncado dos anos 60, foi só trocar o Norton de Matos. A norte da praça, o antigo e bonito edifício do Palácio do Governador, é agora... o Palácio do Governador.
Canta o galo, no pátio das trazeiras. Acordo, são TRÊS da manhã. O galo outra vez, são quatro e meia. Outra vez o galo, desta vez acertou e nunca mais se cala, são perto das 6 horas. O lusco-fusco da alvorada insinua-se pelas cortinas ineficazes. Desisto dos lençois e vou à vida.
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