terça-feira, 11 de novembro de 2014

Independència

Antigamente eram zonas de fronteira, entre um império a Norte e outros reinos poderosos no Sul. Claro, já lá andava gente desde o Paleolítico, muitas tribos se estabeleceram, evoluíram e desenvolveram na região. Saltando para tempos mais próximos, por volta dos (nossos) séculos XVI e XVII, as guerras com invasores e com reinos vizinhos levaram a um período de decadência, acabando com a incorporação noutro reino, claramente definida desde o século XVIII. Nos finais do século XIX surgem de novo movimentos independentistas que, em meados do século XX, chegam mesmo a proclamar a independência. Em 1975 ganha autonomia, nomeadamente recuperando a língua nacional. De que povo se trata? Adivinharam?

Estou a falar da Catalunha, claro! Sinceramente, para além da língua e das tapas, parecem-me todos Europeus, já sei, talvez uns mais do que outros, mas isso é matéria para outra história. Relativamente a Angola, com as fronteiras que conhecemos definidas assim no início do Século XX, neste dia dos 39 anos da independência só me ocorre Fernando Pessoa: a minha pátria é a língua portuguesa, escreveu ele, deveras, concordo, e é essa a principal razão porque aqui me sinto em casa, tal como gostaria que os todos os falantes de português, lá na tuga também estivessem. Devo dizê-lo, o que sei da história de Angola foi o que li nos livros de história e em artigos de historiadores, sempre de pé atrás por causa das histórias que me contaram no ensino oficial português. E outros. A tradição de "lavar" a história ao sabor dos interesses políticos do momento é grande... Em 1975 estava em Lisboa preocupado com outras coisas, sinceramente, não dei pela maior parte das crises que aconteceram com os habitantes desta região africana. Foi preciso estar cá, ir ao Lubango, estar no Lobito e mais em Luanda (fora o resto), para juntar os pontinhos e finalmente perceber porque é que tantos dos meus amigos, colegas de estudo e de profissão, terminam tantas vezes as frases com "ya?" e começam as frases afirmativas por "Não,"... Dá para perceber agora, yá?

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