
As ruas, largos, praças, costumam ter nomes de heróis, de presidentes, de escritores, de políticos. E há as que têm nomes de sítios, de continentes, de paises, de ilhas. Há também com nomes de flores, árvores, frutos; e mais nomes de pessoas, de profissões, de coisas ( tudo é qualquer coisa) e há ruas que não são coisa nenhuma: becos, vielas, travessas, carreiros, veredas, caminhos que se desusam e esquecem espalhados pela a cidade. Em toda a cidade há disso, creio eu. Angola atravessou o mesmo processo que em Portugal transformou tudo o que era Salazar em 25 de Abril, MFA ou Catarina Eufémia. A parte curiosa aqui é que não há placas toponímicas. Predomina, portanto, a tradição oral. O nome do bairro, da região, da comuna, ou o nome mais antigo de uma avenida que se enquistou na memória poular é o que prevalece quase sem excepções. O “sistema de referências” não depende dos pontos cardeais, não se organiza com ruas numeradas, simplesmente, se aprende a ir “para o lado de Alvalade”, ali, ao chegar “ao Casino”, isso “é lá prá Ilha”, ou vais na direcção de Viana ou vais na direcção de Benfica.
Em Huambo, as ruas “sofrem do mesmo problema” de Luanda, com duas grandes diferenças que fazem toda a diferença. Uma, as ruas em Huambo são largas e com as sombras das muitas árvores que todas têm, é uma cidade de vistas amplas, de alamedas e jardins. E duas, a cidade é mais organizada, traçada a régua e esquadro, moderna. Mas placas... nem vê-las: deve ser para solucionar isso que em cada praça ou cruzamento principal há coqueiros de plástico coloridos, de cores diferentes. Nunca nos perdemos em Huambo.
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