quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Leitão Gaucho

No "Palanca Negra" Hotel e restaurante, perto da Humpata nos arredores do Lubango, o bufete à discrição dos domingos tem dez pratos quentes e outros tantos frios, de apresentação mimosa e confecção irrepreensível. E é barato, ainda por cima, bebidas à parte, uma garrafeira razoável de preço razoável. Um mimo na pontinha do planalto. Por acréscimo, a esplanada atrás convida a uma tarde descontraída.
Durante o almoço, o mestre dos tachos aparece na sala, de barrete regulamentar e um sorriso de satisfação a auscultar as opiniões dos comensais, inspeccionando as faltas, conversando com um ou outro cliente habitual. Notámos que tem uma bandeirinha brasileira à esquerda do avental de mestre-cuca e outra desconhecida à direita… Apanhámo-lo mais tarde num átrio e perguntámos, a bandeira direita é do Rio Grande do Sul "eu sou gaúcho mesmo…" diz ele, que veio de Minas Gerais onde tem família e que já está por aqui há uns 5 ou 6 anos. E domina em absoluto o calulu de carne seca, a muamba, os vários funjes… E também o leitão assado: magnífico, perfeitamente no ponto, pele estaladiça, tempero apurado, uma delícia. Para encontrar igual qualidade, é preciso ir "àquele restaurante" na Mala Posta, ou à Palhaça, ou melhor ainda à Aguada de Baixo. Igual na qualidade e no prazer que deu a comer a febra suculenta, não no tamanho (aqui era um porquito pequeno…) nem na confecção, o da Bairrada é especial; mas estava tão bom que a comparação era inevitável. O gaúcho explica: "já fiz, a pedido, mas não tenho forno em condições para fazer como na Bairrada. Foi um português que insistiu, trouxe o leitão, eu fiz mesmo assim, com aquela pimenta especial… eles comeram todinho…" Quem sabe, sabe!

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