Ora esse senhor, enquanto andou por terras de Vera Cruz e pelas Áfricas (sempre achei que havia mais de uma), para além de alcaide-mor de Barcelos e comendador de Manteigas era Barão de Moçâmedes, título que foi sendo sucessivamente usado para batizar cidades remotas para trás do Sol Posto onde o diabo perdeu as botas. Provavelmente haveria uma Moçâmedes na Mongólia se ele tivesse ido para aqueles lados em vez de se ter "reformado" como Visconde da Lapa por volta de 1805. Hoje em dia, graças a uma revolução, restam duas, a Mossâmedes de Goiás e a original Moçâmedes de Viseu.
Tanto me têm falado da Extinta-Moçâmedes-Agora-Namibe, que eu não podia deixar de ir lá dar uma voltinha, nem que fosse só para as ver, às Welwitschias Mirabilis espalmadas no chão de barro, areia e seixo rolado, no princípio do Deserto Espantoso do Sul.A comuna do Namibe tem (mais uma) baía linda, com um porto que é o terceiro de Angola; mais para o Sul, mesmo na portela do deserto, fica a Tômbwa (o antigo Porto Alexandre), com uma (mais outra) baía linda e extensa restinga, vila de pescadores, de sardinhas e de conservas, tudo à volta é deserto mesmo. E nesse deserto, há uns tufinhos de plantas verdes extraordinárias, e vive gente provavelmente ainda mais extraordinária. Tenho de voltar para ver o resto, quem sabe se para umas feriazitas que estas províncias prometem.

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